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Diagrama de Ishikawa – Pescando a causa raiz

Você conhece o Diagrama de Ishikawa,  um dos métodos usados para a determinação de causa raiz?

Este é o terceiro post da série que fala sobre problemas crônicos e causas raízes.

Relembrando, no primeiro conceituamos problemas crônicos e causas raízes. No segundo falamos do método dos 5 Porquês, outro método para a determinação de causa raiz.

O que é o Diagrama de Ishikawa?

O Diagrama foi apresentado no ano de 1943 pelo engenheiro químico Kaoru Ishikawa. Ele estudou e lecionou na Universidade de Tóquio e também atuou na União Japonesa de Cientistas e Engenheiros (JUSE).

Esta ferramenta veio a se tornar uma das “7 Ferramentas da Qualidade”. As outras seis são:

  • Diagrama de Pareto, sobre o qual já falamos aqui no blog;
  • Histograma;
  • Folhas de verificação;
  • Gráficos de dispersão;
  • Fluxograma;
  • Cartas de Controle.

A Estrutura do diagrama

Um elemento importante da estrutura do Diagrama de Ishikawa são as naturezas ou categorias das potenciais causas do problema.

Para explicar o que são as categorias, vamos usar um exemplo recorrente nesta nossa série de posts: Na instalação industrial onde você trabalha, você já está cansado de trocar, a cada 2 meses, sempre o mesmo rolamento de um determinado equipamento, o qual deveria rodar mais de 3 anos sem dar problema.

O que é um rolamento? Você, quando criança, brincou de carrinho de lomba ou de rolimã? A roda ou rolimã destes brinquedos é um tipo de rolamento. É um componente mecânico muito comum. Existe em diversos tamanhos.

As categorias são seis, e seus nomes iniciam com a letra “M” conforme descrito abaixo:

  • Mão de obra – As pessoas que fazem a montagem do rolamento não foram devidamente treinadas na atividade.
  • Máquina – Existe outro problema, não diagnosticado, no equipamento que está reduzindo a vida útil dos rolamentos.
  • Material – Os rolamentos utilizados têm um problema de fabricação.
  • Medida – O instrumento usado para medir o espaço (tolerância) entre o rolamento e outros componentes do equipamento, durante a montagem, está descalibrado. O rolamento fica “folgado”.
  • Meio ambiente – O ambiente onde o equipamento está instalado tem poeira em excesso, contaminando a graxa do rolamento.
  • Método – O procedimento usado na montagem dos rolamentos é inadequado.

O diagrama relaciona causas (e subcausas) potenciais com o problema, ou seja, com o efeito delas, de acordo com a figura abaixo.

Diagrama de Ishikawa

Atente para todos os elementos que constam no diagrama acima, com exceção da cabeça e rabo do peixe, que são opcionais (rsrsrs).

Outros nomes do Diagrama de Ishikawa

O Diagrama de Ishikawa relaciona causas potenciais com o problema (efeito). Assim, ele também é chamado de Diagrama de Causa e Efeito.

A representação gráfica desta relação lembra uma espinha de peixe. Assim, ele também é denominado de Diagrama Espinha de Peixe.

Algumas pessoas, não satisfeitas com todos estes nomes (rsrsrs), ainda chama ele de Diagrama 6M, numa referência as seis categorias cujos nomes iniciam a letra “M”.

Falando em categorias, é importante destacar que para alguns problemas, não haverá necessidade de usar todas as categorias. Assim, não é necessário sempre utilizar todos os M’s.

Ainda falando sobre categorias, alguns autores propõe uma sétima chamada “Management” (gestão) para causas relacionadas diretamente a falhas de gestão. Você pensou em “Diagrama 7M” (rsrsrs)?

Sugiro que você e sua equipe escolham um destes nomes e usem somente ele para evitar confusões do tipo: Qual a diferença entre o Diagrama de Ishikawa e Diagrama 6M? Obviamente, nenhuma.

Elaborando o diagrama

Vamos continuar usando o problema do rolamento que tem de ser substituído a cada 2 meses.

Tal como outras ferramentas de gestão ou de qualidade, isto não é trabalho para lobos solitários. Assim, a primeira coisa é reunir pessoas afetadas pelo problema a ser analisado.

1a Etapa

Definam o problema a ser analisado. Para o nosso exemplo, ele é a quebra prematura dos rolamentos.

2a Etapa

Desenhe a estrutura do diagrama. Se você estiver usando um quadro ou flipchart, escreva o problema na “cabeça” e desenhe a “espinha” de cada categoria.

Se você estiver usando um computador, procure na Internet por modelos do diagrama para planilhas eletrônicas ou softwares com modelos do diagrama. Existem opções gratuitas prontas para serem preenchidas. É só procurar.

3a Etapa

Façam um brainstorming para levantar as causas potenciais do problema. Pense nas diversas categorias e procure responder a seguinte pergunta: Por que isto está acontecendo?

4a Etapa

Distribua as causas nas categorias correspondentes.

5a Etapa

Pensem nas subcausas, ou seja, nos fatores que levaram a ocorrência de uma determinada causa. Registrem-nas no diagrama.

No nosso exemplo o Diagrama de Ishikawa resultante poderia ser assim.

Diagrama de Ishikawa

Depois de elaborado o diagrama, uma análise feita pelos participantes indicou que a causa fundamental era a “contaminação do rolamento com pó abrasivo”, na categoria meio ambiente. Concluiu-se também que deveria se atuar na subcausa, ou seja, no “furo na estrutura de outro equipamento localizado acima”. O pó abrasivo se originava do material que vazava pelo tal furo.

Relação estruturada entre causas e efeitos

O Diagrama de Ishikawa é um método relativamente fácil de usar e que não demanda recursos especiais. Nisto ele é similar ao método dos 5 Porquês.

O que o diferencia é o fato dele permitir um melhor entendimento ou um entendimento mais estruturado da relação entre causas e efeitos. Assim os usuários do Diagrama de Ishikawa tendem a ter uma visão mais estrutura do processo que gerenciam ou onde trabalham. Isto se revela de muito valor na gestão deste processo e não solução de outros problemas que ocorram nele.

No nosso próximo post falaremos sobre uma etapa que antecede a determinação da causa raiz, que é a definição do problema a ser analisado.

Espero vocês lá.

Alexandro Avila de Moura
Engenheiro Mecânico graduado na UFRGS. Especialização em Gestão Estratégica (USP) e Gerenciamento de Projetos (Pitágoras). Mestrado em Administração incompleto (PUC MG). Experiência de mais de 25 anos no setor de mineração, especificamente nas áreas de gestão de operação, manutenção e desenvolvimento de projetos, liderando grandes equipes. Certificado como PMP (Project Management Professional) pelo PMI (Project Management Institute). Número PMP 182 8522. Experiência também nas áreas de segurança e saúde ocupacional, meio ambiente e relacionamento com comunidades e na área financeira.

1 pensamento em “Diagrama de Ishikawa – Pescando a causa raiz

  1. Nercy Grabellos disse:

    Muito bem! Pescando a raiz dos problemas que impedem o bom desempenho dos equipamentos, muito engenhoso!

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